Durante a greve dos caminhoneiros nas últimas semanas, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) Campus Araioses desenvolveu uma série de… [ … ]
6 de junho de 2018
Durante a greve dos caminhoneiros nas últimas semanas, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) Campus Araioses desenvolveu uma série de projetos intitulados “Carga pesada do golpe”, que tiveram como objetivo discutir o momento sócio-político-econômico brasileiro. A ação, que teve como público-alvo estudantes dos cursos técnicos em Administração e Meio Ambiente, bem como de outras instituições da região, foi composta por rodas de conversa, momentos culturais e palestras abertas a toda a comunidade, e culminou com uma passeata dos estudantes pelas ruas da cidade em Defesa da Democracia.
Nas tardes dos dias 28 a 30 de maio, os estudantes participaram de três mesas redondas com os seguintes temas:
Na terça-feira (29), jovens araiosenses que estudam História, Letras, Direito, Ciências Sociais, Pedagogia, Administração e Ciências Contábeis em Parnaíba/PI se uniram aos estudantes de nível médio do IFMA e das escolas estaduais locais para estudar a República a partir de textos de Rui Barbosa por meio de uma Ágora – como faziam os cidadãos na Grécia Antiga. Os antigos gregos formavam uma roda em praça pública (ágora) para discutir, conjuntamente, os assuntos da cidade (pólis) em assembleias populares, de onde se originaram as expressões “Política” e “Democracia” que usamos hoje.
Na tarde do dia 30, o projeto foi encerrado com as palestras “Mídia: diferença entre democratização e censura” (Rozinete Pereira/Comunicação) e “Justiçamento e a política de combate à corrupção” (Rafael Ciarlini/Direito).
Caminhada pela Democracia – Na quarta-feira (30/05) pela manhã, os estudantes do IFMA e de outras instituições se concentraram na sede do Campus Araioses para sair pelas ruas da cidade com cartazes, faixas, apitos e músicas de protesto contra a atual situação política e econômica do Brasil. Durante o trajeto de cerca de 10km, o grupo foi crescendo com a adesão de estudantes das Unidades Estaduais Humberto de Campos, José Tudes, Gonçalves Dias e Ateneu São José. Estudantes e docentes de outras instituições também queriam dizer “Não” aos pedidos de Intervenção Militar, protestar contra as reformas e mudanças feitas pelo Governo Federal e defender a Democracia.
Para a aluna do curso técnico em Administração, Ana Alícia Barroso, a passeata dos estudantes é apenas o início de um movimento que vai se espalhar por Araioses. “Saiam de casa, procurem saber seus direitos. Se eu continuar calada, dentro de casa, nunca vou poder ter meus direitos. Se eu continuar ouvindo más informações, nunca vou saber o que realmente está acontecendo no país. Ficar ouvindo mimimi não vai mudar a política, não vai mudar o Brasil”, diz a estudante, que liderou o movimento estudantil do IFMA e visitou as escolas estaduais na companhia de outros alunos do IFMA.
“Se a gente não lutar a gente não vai ser visto, se ficarmos calados, eles vão continuar pisoteando nossos direitos, continuar fazendo o que bem entendem com o nosso país, e quem sofre as consequências somos nós que somos da classe baixa. Hoje a gente plantou uma sementinha, nós jovens somos a revolução”, discursa o estudante do curso técnico em Meio Ambiente, Lucas Marques.
Após três dias de participação intensa nos projetos de Extensão e na caminhada estudantil, o acadêmico de História Lázaro Santos concluiu que o papel da juventude é abrir caminhos para a sociedade na busca por direitos. “Como estudante, a gente não é só o futuro, é também a garantia do presente do país. A gente tem de estar à frente dessas mobilizações”, diz Lázaro que acredita que o IFMA está fazendo a diferença no futuro de Araioses: “Nesse momento conturbado de medo e insegurança no país, o IFMA nos proporcionou nesses três dias a oportunidade de dialogar e discutir nossos problemas como nunca tivemos aqui em Araioses. A chegada do Instituto aqui representa um momento novo, em que a juventude se sente abraçada e passa a ter perspectiva de futuro, com uma educação de qualidade. Só temos a agradecer!”, diz o estudante.
Para o diretor Pinho, o campus cumpre sua missão institucional no atual momento histórico: “Nós estamos juntos com os alunos. A iniciativa de fazer essa reflexão foi deles e nós não podíamos nos furtar de estar aqui, lutando em defesa da Democracia”, concluiu.