Cerca de 61 famílias estão morando debaixo da Ponte José Sarney, conhecida como Ponte do São Francisco, em São Luís…. [ … ]
18 de agosto de 2021
Cerca de 61 famílias estão morando debaixo da Ponte José Sarney, conhecida como Ponte do São Francisco, em São Luís. Grande parte destas pessoas estão vivendo em condições precárias, sem acesso à água encanada, saneamento básico e alimentação.
Com a pandemia de Covid-19, o déficit habitacional e os problemas ocasionados por ele, ficaram ainda mais acentuados na capital maranhense. Sem emprego, muitas pessoas perderam suas rendas e viram na estrutura da ponte a única opção para construir as moradias irregulares.
Lucidalva da Silva é mãe de duas crianças e vive há cerca de um ano embaixo da ponte. Desempregada, ela montou uma estrutura de um imóvel improvisado que conta com um colchão, uma mesinha e um fogão.
“Foi o único lugar que a gente pode se acolher (…) já estou aqui vai fazer um ano (…) quem que não quer ganhar um cantinho, sair de aluguel, sair dessa batalha que a gente está enfrentando”, disse.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/h/j/4kCrJBT0GdyQdJIJVb2Q/palafitas.jpg)
Mais de 60 famílias estão vivendo debaixo de ponte em São Luís (MA) — Foto: Reprodução/TV Mirante
Sem dinheiro, muitas pessoas não tiveram condições, inclusive, de comprar máscaras de proteção facial contra a Covid-19. Algumas destas famílias sobrevivem com a ajuda de programas sociais do governo federal.
“”Eu sou do interior, sou de São Bento, e eu vim pra cá para procurar coisas melhores né. Mas como a pandemia chegou, eu sou manicure, como eu to desempregada eu moro embaixo da ponte”, disse Kassiana Ferreira, desempregada.
Em 2016, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Luís tinha um déficit habitacional de 11,8% de moradias em relação ao total de domicílios. Já em 2019, o percentual cresceu em todo o estado, chegando a 15,2%.
“Em 2019, havia um déficit habitacional aqui no Maranhão de 366 mil domicílios ou 6,5% do total de domicílios existentes no Maranhão, que era de 2,9 milhões. o déficit habitacional na região metropolitana de são luís chegou ao total, em 2019, 51 mil domicílios”, explicou José Reinaldo, tecnologista do IBGE.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/P/J/4B1G6pSUuBiEF8Xh6Ujw/palafit.jpg)
Famílias vivem em situações precárias em São Luís (MA) — Foto: Reprodução/TV Mirante
O núcleo de defesa da moradia da Defensoria Pública do Maranhão (DPE-MA) solicitou um encontro com o município de São Luís para tentar resolver a situação.
“A pandemia atingiu mais severamente essas famílias de baixa renda, essas pessoas tiveram pouca margem que tinham de trabalhar, elas tiveram somente sérios prejuízos. Isso as impediu de pagar os alugueis, a gente está tratando de um público que não tem nem acesso a financiamento, então a gente nem leva em consideração a aquisição dos imóveis dela”, explicou Marcus Patrício Monteiro, defensor publico do núcleo de defesa da moradia.
Em nota, a Secretaria da Criança e Assistência Social de São Luís (Semcas) informou que, de acordo com levantamento realizado pelo Centro de Referência de Assistência Social da área do São Francisco, 60 famílias são residentes no local. Destas, 12 já possuem residência e quatro se autodeclararam dependentes de substâncias psicoativas.
De acordo com Semcas, a demanda já está sendo articulada pela secretaria para atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial. Além da identificação das famílias, está sendo realizada a análise do perfil socioeconômico das demais, para possível encaminhamento de benefício de moradia, caso elas atendam aos critérios. A secretaria afirma que já realizou a entrega de 80 cestas básicas, um kit de enxoval, além de três encaminhamentos para emissão de segunda via de documentos.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/W/K/0VNAuYR1WqRSG69coHzA/bridge.jpg)
Déficit habitacional no Maranhão é um dos maiores do país — Foto: Reprodução/TV Mirante
Também por meio de nota, a Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), esclareceu que beneficiou 19 famílias que estavam no local, em 2018. Destas, 17 receberam unidades habitacionais no Residencial Jomar Moraes e duas aguardam unidades no Residencial Piancó, já cadastradas e recebendo aluguel social.
Segundo a Secid, a área está sendo reocupada e por isso, a pasta tem realizado o mapeamento e buscado formas de solucionar a situação.
G1 MA
0 Comentários