Maranhão: Em São Luís, esgoto com acúmulos de lixo intensificam mau cheiro

Frequentadores e moradores da região da Lagoa da Jansen, em São Luís, têm reclamado do incômodo causado pelo mau cheiro… [ ]

11 de novembro de 2022

Frequentadores e moradores da região da Lagoa da Jansen, em São Luís, têm reclamado do incômodo causado pelo mau cheiro no local, nas últimas semanas. A situação evidencia um problema antigo, relacionado à má conservação da infraestrutura do ponto turístico.

O acúmulo de sujeira em decomposição, provocado pelo descarte irregular de resíduos, soma-se ao efeito do esgoto despejado nas águas da Lagoa. Como resultado, o odor desagradável se espalha, causando desconforto à população e desgaste à vida vegetal e animal presente no ecossistema de uma das áreas mais tradicionais da capital.

A análise de especialistas reconhece que o volume de detritos dispensados, com frequência, na Lagoa da Jansen tem levado à saturação do nível do oxigênio, necessário para a manutenção da flora e da fauna local. O problema resulta na morte de diversas espécies de peixes. Caranguejos e siris, que habitam a porção de manguezais da Lagoa, também sofrem com os efeitos da poluição, agonizando e morrendo.

O professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Leonardo Gonçalves explica que a morte de peixes, na Lagoa, é resultado, também, do acúmulo de lodo com matéria orgânica. A composição química presente no elemento é considera prejudicial para o biossistema.

“A mortandade de peixes, dentro da Lagoa da Jansen, é ocasionada pelo excesso de esgoto que tem dentro da Lagoa. Então, a gente tem, dentro da Lagoa, um acúmulo de lodo orgânico, que é muito rico em matéria orgânica. Esse lodo, uma vez que ele é ressuspenso, pela ação das ondas, nessa época do ano, ele acaba disponibilizando para a Lagoa uma quantidade maior de matéria orgânica, que já estava acumulada dentro da Lagoa. Essa matéria orgânica acaba se ligando ao oxigênio e removendo o oxigênio da água. Então, o mínimo de oxigênio que já aparece dentro da Lagoa, quando você remobiliza o fundo desta, esse material lodoso acaba capturando o oxigênio da água, diminuindo totalmente os teores de oxigênio da água, o que faz com que os peixes sejam asfixiados dentro da Lagoa da Jansen”, explica.

Leonardo Gonçalves também afirma que há, pelo menos, 3 metros de lodo no fundo da Lagoa da Jansen. O problema, segundo o pesquisador, é resultado de anos de despejamento das galerias de esgoto situadas nas imediações da região.

G1 MA

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Djair Prado, Cursando Jornalismo (EAD) pela Universidade Estácio de Sá – 2º período, é bacharel em Administração pela Universidade Federal do Piauí (UFPI – Campus Parnaíba) e atuo desde 2015 na área jornalística, por meio do Blog Djair Prado, em toda a região do Baixo Parnaíba, Delta do Parnaíba e Lençóis Maranhenses.