O que é a demência por corpos de Lewy, doença de Milton Nascimento

O cantor Milton Nascimento, de 82 anos, foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy (DCL) após exames clínicos realizados neste ano, segundo… [ ]

2 de outubro de 2025

O cantor Milton Nascimento, de 82 anos, foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy (DCL) após exames clínicos realizados neste ano, segundo revelou reportagem da revista piauí. O artista, que recentemente viveu momentos marcantes — como a homenagem da Portela no Carnaval carioca e o lançamento de um documentário sobre sua trajetória — começou a apresentar sinais de declínio cognitivo ainda no primeiro semestre.

De acordo com seu filho, Augusto Nascimento, Milton demonstrava esquecimentos frequentes, perda de apetite e momentos de olhar fixo. O comportamento repetitivo chamou a atenção da família, que buscou acompanhamento médico. Após uma viagem de motorhome pelos Estados Unidos, o diagnóstico foi confirmado: DCL, considerada o terceiro tipo mais comum de demência, atrás apenas do Alzheimer e da demência vascular.

O que é a demência por corpos de Lewy

Segundo o National Institute on Aging (NIA), a demência por corpos de Lewy é causada pelo acúmulo anormal de uma proteína chamada alfa-sinucleína no cérebro. Esses depósitos, conhecidos como corpos de Lewy, afetam substâncias químicas essenciais para o funcionamento cerebral, comprometendo gradualmente áreas ligadas à memória, ao comportamento e aos movimentos.

neurônios com corpo de lewy
Neurônios com corpos de Lewy. Os corpos de Lewy se desenvolvem dentro das células nervosas na doença de Parkinson e na Demência por Corpos de Lewy (Imagem: Juan Gaertner / Shutterstock.com)

Portal Drauzio Varella explica que esses aglomerados de proteína se instalam nos neurônios e podem atingir regiões como o córtex e o tronco cerebral. Essa degeneração provoca destruição das células nervosas e prejudica funções cognitivas, de linguagem, coordenação motora e até o sono. A doença costuma se manifestar em pessoas acima dos 60 anos e é mais comum em homens.

Sintomas e evolução da doença

A DCL apresenta sintomas que frequentemente se confundem com os do Alzheimer e do Parkinson, dificultando o diagnóstico precoce. Entre os sinais mais comuns estão:

  • flutuações cognitivas, que podem variar em intensidade ao longo do dia;
  • problemas motores, como rigidez muscular, tremores, quedas frequentes e caminhada arrastada;
  • alucinações visuais, geralmente detalhadas e realistas;
  • alterações no sono, incluindo distúrbios em que o paciente chega a “agir” seus sonhos;
  • mudanças de comportamento e humor, como ansiedade, apatia ou depressão.

De acordo com o NIA, a doença é progressiva e os sintomas se agravam com o tempo, levando à perda de autonomia do paciente. Embora não exista cura, alguns sinais podem ser controlados com tratamento, e pesquisas seguem em andamento para melhorar o diagnóstico e desenvolver novas terapias.

Causas e fatores de risco

As causas exatas da demência por corpos de Lewy ainda não são conhecidas. O Portal Drauzio Varella aponta que não se trata, na maioria dos casos, de uma condição hereditária, embora algumas variantes genéticas possam representar fator de risco. A idade avançada continua sendo o principal elemento associado à doença, que, em média, evolui entre cinco e sete anos após o diagnóstico.

Como é feito o diagnóstico da demência por corpos de Lewy

O diagnóstico da demência por corpos de Lewy (DCL) é considerado desafiador porque seus sintomas se confundem com os do Alzheimer e do Parkinson. Não existe um exame único que comprove a doença, sendo necessária uma combinação de avaliações clínicas e testes complementares.

Entre os principais procedimentos estão o levantamento do histórico médico e do relato familiar, a análise de sinais neurológicos, como rigidez e tremores, além de testes cognitivos para verificar memória, linguagem e raciocínio.

ressonância magnética do cérebro
Exames de imagem do cérebro ajudam a descartar outras condições, auxiliando no diagnóstico (Imagem: Borislav / iStock)

Exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia, ajudam a descartar outras condições, enquanto a cintilografia cerebral pode indicar a redução de atividade dopaminérgica típica da DCL. Esse processo permite aos médicos diferenciar a doença de outras formas de demência e definir o tratamento mais adequado.

A importância do diagnóstico

O NIA ressalta que identificar corretamente a doença é essencial para oferecer cuidados adequados e evitar tratamentos que possam agravar os sintomas. Além disso, o diagnóstico permite que familiares e cuidadores se preparem para lidar com a progressão da condição, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente.

 

 

Fonte: OLHAR DIGITAL

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Djair Prado, Cursando Jornalismo (EAD) pela Universidade Estácio de Sá – 2º período, é bacharel em Administração pela Universidade Federal do Piauí (UFPI – Campus Parnaíba) e atuo desde 2015 na área jornalística, por meio do Blog Djair Prado, em toda a região do Baixo Parnaíba, Delta do Parnaíba e Lençóis Maranhenses.