Profissionais de saúde usam áudios de familiares para estimular pacientes intubados no Piauí

Psicólogas de uma hospital particular de Teresina estão adotando estratégias para conectar os pacientes em coma com seus entes e tornar o… [ ]

29 de abril de 2021

Psicólogas de uma hospital particular de Teresina estão adotando estratégias para conectar os pacientes em coma com seus entes e tornar o tratamento mais humanizado. Uma delas é o envio de áudios de familiares para as pessoas hospitalizadas, para estimulá-las durante a recuperação.

Renata Cardoso coordena o setor de psicologia de um hospital particular de Teresina. Ela contou que o método é utilizado para pacientes que estão internados com Covid-19 ou não.

“A gente sempre entra em contato com a família, solicita que os entes enviem esses áudios. Colocamos principalmente para os pacientes intubados e em muitos deles a gente percebe reações, mesmo tendo limitações no corpo físico. A frequência cardíaca aumenta e a pressão arterial também”, disse.

A profissional contou ao G1 que com a pandemia, o hospital proibiu visitas, e, por este motivo, precisou adotar estratégia para refazer a ponte paciente-família, já que para os enfermos intubados não poderiam ter vídeo-chamadas. O uso de áudios é usado desde março do ano passado.

“Essa iniciativa, na verdade, estava contido em um manual que trazia algumas orientações de como conduzir essas situações que a Covid nos trouxe e é oriundo da experiência de outros países, de outros estados que começaram a batalha com o vírus antes de nós”, explicou.

Com o aumento da demanda de leitos e cada vez mais casos de contaminação pela Covid-19, as medidas de precaução nos hospitais ficaram mais rígidas. Por isso, a psicóloga Renata disse que o hospital não permite mais a visitação de três familiares ao dia.

“Os áudios de amigos e familiares é uma forma de trazer um pouco de todos que são importantes e significativos para aquela pessoa que está ali internada”, afirmou.

Prontuário afetivo

Além dos áudios de familiares, para amenizar a dor e a solidão enfrentadas pelos pacientes em tratamento contra a Covid-19, o setor também criou o “prontuário afetivo”. A iniciativa tem como objetivo acolhê-los e ajudar na recuperação.

“O prontuário afetivo é importante para conseguirmos devolver a identidade daquele sujeito. Por conta do adoecimento, acaba que você ‘perde’ provisoriamente a identidade e passa a ‘ser’ aquela doença que está vivenciando, os sintomas e todos os acometimentos”, falou Renata

Em cada leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade hospitalar são fixas informações como, por exemplo, as músicas que gostam de ouvir ou o seu time de futebol favorito. O prontuário também é personalizado com canetas coloridas e desenhos afetuosos.

G1 PI

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Djair Prado, Cursando Jornalismo (EAD) pela Universidade Estácio de Sá – 2º período, é bacharel em Administração pela Universidade Federal do Piauí (UFPI – Campus Parnaíba) e atuo desde 2015 na área jornalística, por meio do Blog Djair Prado, em toda a região do Baixo Parnaíba, Delta do Parnaíba e Lençóis Maranhenses.