“A memória é o diário que todos nós carregamos conosco.” Foi assim que o escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900) definiu… [ … ]
13 de maio de 2024
Foi assim que o escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900) definiu a memória.
No entanto, à medida que envelhecemos, algumas páginas deste registro das nossas vidas podem se extraviar ou se perder. E isso não é apenas desconcertante, mas também doloroso.
O professor Charan Ranganath, diretor do Laboratório de Memória Dinâmica da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, é um dos neurocientistas mais renomados no estudo da memória — e ele garante que o risco de isso acontecer pode ser minimizado.
Em conversa com a BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, o autor do livro Why We Remember (“Por que nos lembramos”, em tradução livre) identificou quatro maus hábitos que a maioria das pessoas tem — e que, segundo ele, afetam a capacidade do nosso cérebro de lembrar das coisas.
Ele deu também algumas dicas para corrigi-los.
À medida que os seres humanos envelhecem, tendem a dormir menos horas e, como se não bastasse isso, problemas no trabalho, econômicos e de saúde podem afetar a qualidade do sono, uma combinação que pode ser bastante prejudicial para a saúde.
“Sabemos agora que o cérebro possui um sistema que drena as toxinas que se acumulam nele, incluindo a proteína amiloide, que está envolvida no desenvolvimento de Alzheimer. Este sistema é ativado durante a noite”, observa Ranganath.
O neurocientista, que há 25 anos estuda o funcionamento do cérebro, explica que o sono também tem uma função restauradora.
“Se uma pessoa não dorme o suficiente, a função frontal do cérebro é reduzida, assim como o seu nível de tolerância ao estresse; e, por isso, ela não é capaz de se concentrar adequadamente.”
Mas, durante a noite, o cérebro não só elimina elementos nocivos e recarrega as baterias, como também organiza as nossas memórias.
“Durante o sono, a memória é reativada, e é a isso que muitos atribuem a origem dos sonhos (…) Dormir facilita a retenção das informações que aprendemos”, acrescenta o especialista.
Não usar celular e computador, evitar refeições pesadas, bebida alcoólica e cafeína antes de dormir são algumas das recomendações que Ranganath dá para tentar ter um sono reparador.
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