É enxergando como uma oportunidade de recomeço, que o jornalista Francisco Garcia lembra de quando descobriu que estava com o… [ … ]
17 de março de 2021
É enxergando como uma oportunidade de recomeço, que o jornalista Francisco Garcia lembra de quando descobriu que estava com o vírus HIV em agosto de 2018, aos 27 anos. O jovem, filho caçula de uma família de seis irmãos, perdeu 30 quilos e sentia sintomas semelhantes aos de uma gripe, como garganta inflamada e dores de cabeça, mas não associava que estava infectado com o vírus HIV.
“Quando fiz o exame, fui diagnosticado no quadro de Aids, entrei em tratamento e, hoje em dia, sou HIV positivo. Ou seja, sou uma pessoa que convive com o vírus, pois Aids já é um estágio avançado da doença”, explica Francisco.
Os primeiros sintomas da infecção pelo HIV podem surgir cerca de 2 semanas após o contato com o vírus e podem ser semelhantes aos da gripe. No entanto, em algumas pessoas a infecção pelo HIV não causa nenhum sinal ou sintoma, podendo essa fase assintomática durar até 10 anos. (Saiba mais sobre a doença no final da reportagem.)
Diante da nova realidade e com sede de viver, Francisco encarou o resultado positivo do teste de HIV como um desafio. Pediu demissão do emprego e decidiu percorrer o interior do Maranhão dando palestras sobre prevenção e conscientização a respeito de doenças sexualmente transmissíveis.
“Se as pessoas tiverem acesso ao conhecimento, em uma linguagem jovem e diferente, elas vão entender que a doença não é o fim. Por isso, criei um projeto social, levando palestras gratuitas sobre educação sexual em escolas, praças públicas e comunidades”, disse.
Francisco em uma de suas palestras sobre conscientização do HIV
Só em 2020, no Maranhão, 564 pessoas foram diagnosticadas com o vírus HIV, enquanto 315 casos de Aids foram notificados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Em 2019, o Maranhão apresentou menos de 50% dos casos registrados de Aids no Brasil. No entanto, houve um aumento do coeficiente de mortalidade entre os anos de 2009 e 2019 de 9,6%.
O impacto de se descobrir soropositiva veio aos 22 anos para a maranhense Josenaide Silva, que foi infectada pelo marido com quem ficou por três anos. Para ela, ao descobrir que estava infectada, a vida não fazia mais sentido.
“Meu companheiro foi internado com tuberculose e os médicos pediram o teste de HIV, o resultado deu positivo e em seguida perguntaram se eu queria fazer o exame também, o resultado foi o mesmo’’, relata Josenaide.
Desde a descoberta do vírus, com acompanhamento psicológico e tomando os medicamentos antirretrovirais, a jovem vive uma vida normal. Atualmente ela está com carga viral indetectável e tem menos chances de transmitir o HIV sexualmente.
“Hoje, um ano após descobrir que estou infectada, levo uma vida normal com o meu filho e minha família, estou a espera de um novo bebê, que tem menos riscos de ser contaminado com o vírus, pois faço o tratamento certo”, diz.
Formas de transmissão do HIV
Para prevenir o HIV é essencial conhecer as formas de transmissão do vírus. Só assim será possível proteger o organismo, evitando o contágio. Acompanhe as formas de transmissão:
Prevenção
Estar atento aos sinais do organismo e algumas formas de prevenção podem afastar o vírus. Além do uso de preservativos masculino ou feminino durante a relação sexual, também é importante estar atento ao uso de agulhas.
Nos casos em que a mãe convive com o HIV, é fundamental que a gravidez seja acompanhada por médicos, além do uso de medicamentos.
Tratamento
A Aids é uma doença que ainda não possui cura. O paciente que for identificado com a doença inicia seu tratamento com os medicamentos antirretrovirais, que ajudam inibir a multiplicação do vírus HIV e evitam o enfraquecimento do sistema imunológico.
Segundo o Ministério da Saúde, existem atualmente, 21 medicamentos que são usados para o tratamento da doença e que são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Como identificar a doença
No Maranhão, a doença pode ser rapidamente identificada em até 30 minutos, após a realização de um teste de sangue, que podem ser feito em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Além disso, ele também verifica se a pessoa também é portadora de sífilis ou das hepatites B ou C.
G1 MA
0 Comentários