Em depoimento à polícia, PM suspeito de assassinar médico no MA diz que tiro foi acidental

Em depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (28), o soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, suspeito de assassinar o médico Bruno… [ ]

29 de julho de 2021

Em depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (28), o soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, suspeito de assassinar o médico Bruno Calaça Barbosa em Imperatriz, afirmou que o tiro disparo contra a vítima foi acidental. O suspeito alegou que o médico teria tentado desamar ele com um chute quando, acidentalmente, apertou o gatilho da arma.

De acordo com o delegado Praxísteles Martins, o soldado afirmou ainda, que foi ao local da festa para tentar desamar uma pessoa.

O suspeito alega que Bruno se envolveu em uma confusão com uma terceira pessoa e ao segurar a arma, ela ficou pendurada e, acidentalmente, o soldado atirou contra o médico.

“Ele alegou que o disparo havia acontecido de forma acidental diante de um chute, efetuado pela vítima, no sentido de desarma-lo. O suspeito falou que havia ido ao local, com a informação de que a vítima estaria armada e no momento, houve troca de empurrões com uma terceira pessoa e o médico. Diante dessa agressão, ele havia sacado a arma. E a vítima, ao ver ele sacando a arma, chutou ele para desamar”, disse.

Adonias Sadda, soldado da Polícia Militar, é o principal suspeito de ter efetuado o disparo contra o médico. — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Adonias Sadda, soldado da Polícia Militar, é o principal suspeito de ter efetuado o disparo contra o médico. — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

O delegado afirmou que a versão está sendo contestada pelos investigadores que analisaram as imagens da câmera de segurança que registraram o crime. Segundo o delegado, pelas imagens, o médico teria tentado chutar uma terceira pessoa e não o soldado.

“Uma vez que a análise do vídeo feita pelos investigadores, se constata um lapso temporal entre o chute que seria em direção a uma terceira pessoa e o próprio disparo. Há uma distância, um lapso temporal, que na opinião leiga, não seria condizente com um disparo acidental”, afirmou.

Momento em que o médico Bruno Calaça, de 24 anos, é baleado em festa no Maranhão. — Foto: Divulgação

As imagens da câmera de segurança estão sendo passando por análises por peritos criminais que investigam o caso. O soldado continua preso em Imperatriz desde a tarde de terça-feira (27), onde aguarda a finalização do inquérito.

Câmeras de segurança registraram o momento em que o médico Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, foi baleado e morto na madrugada de segunda-feira (24), em Imperatriz (veja o vídeo acima). O principal suspeito do crime, apontado pela a Polícia Civil, é o soldado da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), Adonias Sadda.

Nas imagens, o médico Bruno Calaça Barbosa aparece sentado em um palco conversando com algumas pessoas, quando é surpreendido pelo soldado Adonias Sadda. Em seguida, eles discutem, trocam empurrões e um disparo é efetuado.

As pessoas que estavam no local da festa, se assustam e afastam-se. De pé, Bruno Calaça ainda chega a trocar algumas palavras com o suspeito e, logo em seguida, cai no chão.

O velório de Bruno Calaça Barbosa foi realizado na manhã de terça-feira no salão de uma funerária, em Porto Nacional. O sepultamento ocorreu às 14h no cemitério São Pedro, no mesmo município.

Recém-formado

Bruno Calaça, de 24 anos, foi baleado durante uma festa em Imperatriz na madrugada desta segunda-feira (26) — Foto: Arquivo pessoal

Bruno Calaça, de 24 anos, foi baleado durante uma festa em Imperatriz na madrugada desta segunda-feira (26) — Foto: Arquivo pessoal

Bruno Calaça Barbosa, de 24 anos, estava recém-formado do curso de medicina. Ele fez faculdade em uma instituição privada, localizada em Porto Nacional, a 66 km de Palmas, capital do Tocantins.

Nas redes sociais, os irmãos de Bruno, que também fazem faculdade de medicina no Tocantins, lamentaram a morte e contaram o quanto ele estava feliz com a formatura, há cerca de 10 dias.

“Você estava tão feliz com a sua formatura, quem te via, sentia sua felicidade, transbordar”, escreveu Caio Calaça, em postagem no Instagram.

A Associação dos Estudantes de Medicina do Tocantins emitiu nota de pesar sobre a morte e destacou as qualidades do estudante recém-formado.

“Bruno era incrivelmente inteligente, era amigo de tantos, era irmão e filho. Um rapaz carinhoso que nunca brigava. Estava sentado antes de ser atingido no peito, por um disparo efetuado por um profissional militar que, aparentemente, não estava em serviço oficial. […] Estava comemorando a sua formatura, empolgado com o futuro que tinha pela frente”.

O Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), onde Bruno estudou também lamentou a morte. “Neste momento, nos unimos em oração à sua família e amigos para que essa perda possa ser compreendida com a esperança do conforto de Deus”.

G1 MA

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