O Alzheimer se desenvolve a partir do acúmulo de certas proteínas – beta-amiloide e tau – no cérebro, que se tornam tóxicas para os neurônios. Esses neurônios começam a se deteriorar e morrer, causando os sintomas comuns da doença, como a perda de memória. No entanto, esse mecanismo ainda não é totalmente compreendido.
Um novo estudo conduzido pelos laboratórios The Neuro e Douglas Research Centre encontrou novas informações sobre como essas proteínas afetam a atividade cerebral e possivelmente contribuem para o declínio cognitivo associado à doença.

Como as proteínas alteram a atividade cerebral
- A investigação analisou o cérebro de 104 pessoas com histórico familiar de Alzheimer.
- Utilizando exames avançados, foram detectadas as proteínas beta-amiloide e tau no cérebro e medida a atividade cerebral dos participantes.
- Áreas com acúmulo de beta-amiloide mostraram sinais de hiperatividade cerebral, indicando uma capacidade de processamento mais rápida do que o normal.
- Esse padrão mudou quando beta-amiloide e tau estavam presentes juntas: houve uma desaceleração da atividade cerebral, ou seja, hipoatividade.
- As pessoas com maior desaceleração cerebral mostraram um maior declínio na memória e na atenção.
- Além disso, a equipe descobriu que as alterações cerebrais causadas por essas proteínas ocorrem antes dos primeiros sintomas perceptíveis do Alzheimer.

Planos para as próximas pesquisas
Os resultados atuais estão alinhados com descobertas anteriores feitas em modelos animais e computacionais, e contribuem para o avanço na compreensão dos mecanismos por trás da doença de Alzheimer.
Nosso estudo fornece evidências diretas em humanos sobre a mudança hipotética na atividade neurofisiológica, de hiperatividade para hipoatividade neural, e sua associação com o declínio cognitivo
Jonathan Gallego Rudolf, para o Medical Xpress.
Ainda é necessário investigar mais a fundo. Na próxima fase do estudo, os cientistas pretendem acompanhar como o cérebro dos participantes muda ao longo do tempo. O objetivo é verificar se o acúmulo das duas proteínas promove uma desaceleração adicional da atividade cerebral e se isso pode ajudar a prever com precisão o declínio cognitivo dos pacientes.
O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience.
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